Solto meus versos em pranto
Como se, aos pés d´um santo,
fervoroso estivesse a rezar.
Não conto letras nem palavras.
Não vasculho entre pálpebras
promessas de doce calar.
Sou assim mesmo, como lês
esses versos de insensatez,
tentando o impossível explicar.
Só não tenha a menor dúvida,
de que outra pessoa mais lúcida
possa esses versos desenhar.
Mesmo que ainda não acredites
Que seja eu quem rabisque
poesia tão morta, rudimentar;
Mesmo que torças o nariz
Como se lesse um aprendiz
Que mal sabe pensar
Continuo a borrar essas letras
que se desgarram com pressa
de minhas entranhas para o ar.
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